31 maio Uso de tecnologia diminui trabalho manual no transporte primário de pranchas de madeira no manejo florestal comunitário
Testes desenvolvidos por técnicos e engenheiros do Instituto Floresta Tropical (IFT) confirmaram a eficácia do uso do microtrator agrícola e motocicleta, ambos de pequeno porte, adaptados com carroça e carretinha, respectivamente, na atividade de transporte primário do manejo florestal comunitário. Os resultados dos testes estão publicados no Boletim Técnico nº09 intitulado “Sistemas alternativos para o transporte primário de pranchas de madeira no MFS de baixa intensidade” disponível para download AQUI.
O transporte primário é uma das atividades realizadas manualmente pelos manejadores. Trata-se do transporte das pranchas do local de derruba e semiprocessamento das toras até um local ou pátio intermediário para posterior retirada do interior da Unidade de Produção Anual (UPA). O Boletim Técnico apresenta variações técnicas para o manejo florestal de baixa intensidade ao apontar que a mecanização de algumas atividades pode substituir o trabalho manual, aumentar os rendimentos operacionais e diminuir a dificuldade do trabalho.
Entre os autores da publicação está o secretário executivo do IFT, o engenheiro florestal Iran Paz Pires. Segundo ele, na execução do manejo florestal comunitário as atividades manuais ainda são frequentes, assim como a pouca diversidade de planejamento operacional e excessivo esforço físico por parte dos manejadores. “Demonstramos neste boletim técnico que a produção no manejo florestal de baixa intensidade não precisa ser uma atividade extenuante e puramente braçal. Existe a possibilidade de inserirmos opções tecnológicas ou adaptar as existentes, em quase todas as atividades do manejo”, explica.
Para ele, tecnologias que facilitem a vida do trabalhador podem ser utilizadas em atividades que vão desde o reconhecimento de áreas, inventários, aberturas de infraestruturas, corte, desdobro primário ou arraste de toras e transporte. “Buscamos por meio desta publicação oferecer novas oportunidades técnicas de baixo impacto para o manejo florestal de baixa intensidade, diminuindo, com responsabilidade ambiental a de forma artesanal, a dificuldade do manejo florestal atribuindo maior profissionalismo ao sistema de manejo comunitário”, destaca Iran.
O surgimento de novas tecnologias e a mecanização do campo proporciona avanço nas capacidades produtivas. “É vantajoso aderir tecnologias no dia a dia do trabalho na floresta, citamos como exemplos: a precisão e agilidade nas atividades, a incorporação de novos hábitos de trabalho e potencialização dos ganhos financeiros. Entretanto, condições ambientais, físicas e humanas podem tornar inviável a adoção de novas tecnologias, e há de se avaliar, por exemplo: as condições topográficas, o nível de capacitação dos trabalhadores, as intempéries ambientais, os efeitos na diminuição do uso de mão de obra local, entre outras”, comenta Iran.
No manejo florestal comunitário muitas atividades são em escala diminuta e por isso, em alguns casos, na fase de exploração são utilizadas somente a força de trabalho humana. “No caso do desdobro de toras na floresta em pranchas ou tábuas, em muitos casos o uso de novas tecnologias tem se resumido ao uso de motosserras, enquanto as demais atividades como movimentação das peças, carregamento, transporte, descarregamento e empilhamento; são realizadas de forma manual pelos trabalhadores”, reforça Iran.
A modalidade de extração manual realizada pelos comunitários consiste no recolhimento da matéria prima lenhosa, que se encontra dispersa pela floresta, carregando as peças no ombro dos trabalhadores, deslocando e concentrando-as junto a uma estrada principal; onde ficarão empilhadas, para posterior transferência manual para veículos de transporte que as encaminharão rumo às unidades de consumo.
A decisão pela escolha do tipo de mecanismo de transporte primário dos produtos florestais em sistema de manejo de baixa intensidade, deve estar condicionado a fatores determinantes, como: a) método de carregamento/descarregamento, b) capacidade de carga útil, c) tipo e comprimentos dos produtos, d) tipo de terreno, área das parcelas, rede de ramais e estradas, e) distância média a ser percorrida, e f) dimensão dos entrepostos e localização.
Você pode acessar o Boletim Técnico Nº 09 AQUI!
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