Plano de negócios: estratégia para desenvolvimento de empreendimentos comunitários sustentáveis

Plano de negócios: estratégia para desenvolvimento de empreendimentos comunitários sustentáveis

O Instituto Floresta Tropical (IFT) disponibiliza para download a mais recente edição da série Boletins Técnicos. O nono volume, disponibilizado de forma gratuita (AQUI), aborda o processo de implantação de ferramenta norteadora das ações comunitárias de um grupo de produtores agroextrativistas que pretendem estabelecer a cadeia do açaí na região de Porto de Moz, no Pará. Intitulado “Plano de Negócio: o primeiro passo para o empreendedorismo comunitário em florestas de uso sustentável na Amazônia”, a publicação apresenta modelos metodológicos – passo a passo – para aplicação do plano de negócios em ambientes coletivos.

Consultor em momento de aplicação de metodologia para construção do Plano de Negócios.

Estabelecer na Amazônia empreendimentos florestais organizados por produtores agroextrativistas que residem em florestas públicas é um desafio. Principalmente se forem levadas em conta fatores como localização geográfica dos grupos, que estão longes dos centros, e a escolaridade dos envolvidos. Contudo, várias ações para efetivar a prática são desenvolvidas em parceria com instituições do terceiro setor. O IFT é um importante braço do setor florestal que apoia iniciativas de manejo florestal sustentável e tem atuado no fortalecimento de organizações sociais. O plano de negócios, descrito no Boletim Técnico Nº09, apresenta um pouco desse trabalho.

O Boletim Técnico narra a trajetória de implantação do Plano de Negócios da cadeia do açaí da comunidade Itapéua, localizada na Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, em Porto de Moz. A comunidade recebe apoio do IFT há mais de 4 anos. Em 2016, foi aprovado o primeiro Plano de Manejo Florestal Comunitário do grupo. A estruturação da cadeia de valor da madeira na comunidade rendeu ao grupo uma sensibilidade para o uso múltiplo das florestas, o que gerou um ambiente de ampliação dos usos dos recursos naturais pela comunidade tradicional e a necessidade de tratar a economia florestal sob o viés de negócio sustentável. Foi a partir daí que a comunidade provocou o IFT para apoiá-los na produção sustentável do açaí, com o objetivo de fortalecer a segurança alimentar e gerar renda às famílias.

De acordo com Ana Carolina Vieira, coordenadora do Programa Florestas Comunitárias do IFT, o Plano de Negócio é um documento que define as características do negócio, assim como aponta as estratégias de operação e desenvolvimento do empreendimento, além da inserção no mercado. “Por meio do plano de negócios é possível realizar a projeção de receitas, despesas e resultados financeiros esperados, a fim de nortear as tomadas de decisões para o melhor resultado do negócio”, explica. Em Itapéua, o melhor resultado foi considerado aquele que atendesse os objetivos da comunidade em relação à segurança alimentar, ou seja, ter para o consumo próprio, ganho econômico para as famílias por meio da comercialização e a conservação da natureza.

O Plano de Negócios foi desenvolvido com o apoio do Fundo Vale e da consultoria especializada Alvo Verde e tinha como objetivo entender: as demandas da comunidade; o potencial produtivo dos açaizais; a dinâmica do mercado local; e principalmente os passos necessários para a estruturação da cadeia de valor do açaí como negócio sustentável na comunidade Itapéua.

Comunidade Itapéua durante construção participativa do Plano de Negócios.

Coletividade

O resultado do processo participativo de discussão permitiu a elaboração de um modelo de atividade para exploração do açaí nativo pela comunidade, por meio do qual é possível obter renda, fortalecer a segurança alimentar, conservar os recursos naturais, entre outros benefícios aos comunitários. “Nesse sentido, cabe ressaltar a importância do processo participativo com o qual foram realizadas as atividades de mapeamento e socialização das análises, permitindo que as demandas do projeto fossem analisadas criticamente pelos moradores. Por exemplo, foi possível discutir as expectativas e disponibilidades locais para a implantação do Plano de Negócio e, consequentemente, torná-lo mais adaptado para execução pela comunidade Itapéua”, finaliza Ana Carolina.

Você pode acessar o Boletim Técnico Nº 10 AQUI!

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