
01 abr Moradores da Resex Mapuá comercializam madeiras serradas produzidas em projeto de Manejo Florestal Comunitário
Iniciativa do projeto ‘Valorização da Floresta’ ajuda a verticalizar a comercialização de madeira produzida pelos manejadores da unidade da conservação
Técnicos do Instituto Floresta Tropical Johan Zweede (IFT) participaram, entre os dias 10 a 25 de março, de uma série de encontros comunitários e visitas em obras de infraestrutura destinadas às atividades de manejo florestal sustentável na Reserva Extrativista Mapuá, no arquipélago do Marajó. Durante a atividade, os comunitários que integram a Cooperativa Agroextrativista dos Rios Mapuá e Aramã (COAMA) e o grupo de manejadores das comunidades Boa Esperança e Santíssima Trindade concluíram 54 kits de madeiras serradas, produzidas em serrarias portáteis da própria cooperativa.
A produção, que verticaliza a comercialização da madeira no território, foi uma solicitação externa, que demandou madeira produzida legalmente e de origem comunitária. O material, produzido pela COAMA e pelos manejadores das comunidades Boa Esperança e Santíssima Trindade, foi vendido para uma empresa cliente da cooperativa.

Em reunião com comunitários da Resex, a equipe do IFT informou sobre as atuais e próximas etapas do projeto ‘Valorização da Floresta” (Foto: Acervo IFT)
“Toda a produção e venda dos kits de caibros, vigas, pilares, amarrações e ripas contou com assessoria técnica do IFT, gestão participativa do ICMBio e apoio institucional do Fundo Vale. Com o apoio de duas serrarias portáteis, fruto de outra parceria entre COAMA, IFT e Fundo Amazônia e após o treinamento para desdobro de madeira em toras realizado pelo projeto ‘Valorização da Floresta’, os cooperados se comprometeram e cumpriram com a entrega de 21 m³ de madeira serrada oriundas de mais de 50 m³ em toras das espécies “Cumaru, Sucupira-amarela, Jatobá, Quaruba-cedro e Cupiúba”, explica o engenheiro florestal Iran Pires, coordenador de projetos do IFT.
Segundo Iran, a venda de madeira ambientalmente, socialmente e legalmente produzida por pequenos grupos organizados é um grande desafio para os moldes e contexto da região do Marajó. “Há enorme concorrência com a madeira ilegal que abastece o mercado local e regional. Isso tende a esmorecer as iniciativas coletivas, pois o fator preço, em alguns casos, pode inviabilizar a continuidade das iniciativas locais. Por isso, a importância desses projetos de apoio ao manejo sustentável local”, afirma.

Produção dos manejadores comunitários verticaliza a comercialização da madeira na Resex Mapuá (Foto: Acervo IFT)
A COAMA e o grupo de manejadores possuem uma capacidade de produção anual acima de 2 mil m³ de madeira em toras. Em 2025, a COAMA e parceiros (IFT/ICMBio/FV) estão estudando a viabilidade de iniciar a verticalização da cadeia da madeira local, por meio do desdobro local e produção de caixilhos e pequenos objetos. A iniciativa pretende minimizar os efeitos da concorrência desleal da madeira produzida ilegalmente.
Obras de infraestrutura
Além de conversar com os moradores da unidade de conservação sobre as atuais e as próximas etapas do projeto ‘Valorização da Floresta’, a equipe do IFT realizou uma vistoria nas obras que estão em andamento no território, como alojamentos, dormitório, banheiros, refeitório, depósitos e escritórios, que darão suporte as atividades de manejo local.
Valorização da Floresta
Iniciado em outubro de 2023, o projeto ‘Valorização da Floresta’ tem como objetivo fortalecer o manejo florestal sustentável nas Reservas Extrativistas Arióca Pruanã e Mapuá, no Pará. A iniciativa integra o projeto Sustenta Bio – aliança pelo fortalecimento das economias da sociobiodiversidade em áreas protegidas, realizado pelo ICMBio, Vale e Fundo Vale em parceria com outras organizações que atuam na Amazônia. O projeto, financiado pelo Fundo Vale, prevê estruturação da produção madeireira local, a promoção de novas cadeias da sociobiodiversidade e o fortalecimento dos planos de manejo florestal comunitários nas unidades de conservação atendidas.
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