Moradores da Resex Mapuá comercializam madeiras serradas produzidas em projeto de Manejo Florestal Comunitário

Moradores da Resex Mapuá comercializam madeiras serradas produzidas em projeto de Manejo Florestal Comunitário

 Iniciativa do projeto ‘Valorização da Floresta’ ajuda a verticalizar a comercialização de madeira produzida pelos manejadores da unidade da conservação

 

Técnicos do Instituto Floresta Tropical Johan Zweede (IFT) participaram, entre os dias 10 a 25 de março, de uma série de encontros comunitários e visitas em obras de infraestrutura destinadas às atividades de manejo florestal sustentável na Reserva Extrativista Mapuá, no arquipélago do Marajó. Durante a atividade, os comunitários que integram a Cooperativa Agroextrativista dos Rios Mapuá e Aramã (COAMA) e o grupo de manejadores das comunidades Boa Esperança e Santíssima Trindade concluíram 54 kits de madeiras serradas, produzidas em serrarias portáteis da própria cooperativa.

A produção, que verticaliza a comercialização da madeira no território, foi uma solicitação externa, que demandou madeira produzida legalmente e de origem comunitária. O material, produzido pela COAMA e pelos manejadores das comunidades Boa Esperança e Santíssima Trindade, foi vendido para uma empresa cliente da cooperativa.

 

Em reunião com comunitários da Resex, a equipe do IFT informou sobre as atuais e próximas etapas do projeto ‘Valorização da Floresta” (Foto: Acervo IFT)

 

“Toda a produção e venda dos kits de caibros, vigas, pilares, amarrações e ripas contou com assessoria técnica do IFT, gestão participativa do ICMBio e apoio institucional do Fundo Vale. Com o apoio de duas serrarias portáteis, fruto de outra parceria entre COAMA, IFT e Fundo Amazônia e após o treinamento para desdobro de madeira em toras realizado pelo projeto ‘Valorização da Floresta’, os cooperados se comprometeram e cumpriram com a entrega de 21 m³ de madeira serrada oriundas de mais de 50 m³ em toras das espécies “Cumaru, Sucupira-amarela, Jatobá, Quaruba-cedro e Cupiúba”, explica o engenheiro florestal Iran Pires, coordenador de projetos do IFT.

Segundo Iran, a venda de madeira ambientalmente, socialmente e legalmente produzida por pequenos grupos organizados é um grande desafio para os moldes e contexto da região do Marajó. “Há enorme concorrência com a madeira ilegal que abastece o mercado local e regional. Isso tende a esmorecer as iniciativas coletivas, pois o fator preço, em alguns casos, pode inviabilizar a continuidade das iniciativas locais. Por isso, a importância desses projetos de apoio ao manejo sustentável local”, afirma.

 

 

Produção dos manejadores comunitários verticaliza a comercialização da madeira na Resex Mapuá (Foto: Acervo IFT)

 

A COAMA e o grupo de manejadores possuem uma capacidade de produção anual acima de 2 mil m³ de madeira em toras. Em 2025, a COAMA e parceiros (IFT/ICMBio/FV) estão estudando a viabilidade de iniciar a verticalização da cadeia da madeira local, por meio do desdobro local e produção de caixilhos e pequenos objetos. A iniciativa pretende minimizar os efeitos da concorrência desleal da madeira produzida ilegalmente.

Obras de infraestrutura

Além de conversar com os moradores da unidade de conservação sobre as atuais e as próximas etapas do projeto ‘Valorização da Floresta’, a equipe do IFT realizou uma vistoria nas obras que estão em andamento no território, como alojamentos, dormitório, banheiros, refeitório, depósitos e escritórios, que darão suporte as atividades de manejo local.

Valorização da Floresta

Iniciado em outubro de 2023, o projeto ‘Valorização da Floresta’ tem como objetivo fortalecer o manejo florestal sustentável nas Reservas Extrativistas Arióca Pruanã e Mapuá, no Pará. A iniciativa integra o projeto Sustenta Bio – aliança pelo fortalecimento das economias da sociobiodiversidade em áreas protegidas, realizado pelo ICMBio, Vale e Fundo Vale em parceria com outras organizações que atuam na Amazônia. O projeto, financiado pelo Fundo Vale, prevê estruturação da produção madeireira local, a promoção de novas cadeias da sociobiodiversidade e o fortalecimento dos planos de manejo florestal comunitários nas unidades de conservação atendidas.

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