Moradores da Resex Arióca Pruanã se preparam para apresentar PMFS ao ICMBio

Moradores da Resex Arióca Pruanã se preparam para apresentar PMFS ao ICMBio

Durante oficina, realizada nos dias 28 e 29 de novembro, os moradores da Reserva Extrativista (Resex) Arióca Pruanã alinharam as últimas informações para a redação do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). A atividade foi realizada pelo Instituto Floresta Tropical (IFT), por meio do projeto Florestas Comunitárias, apoiado pelo Fundo Amazônia. Os acordos fechados durante o encontro possibilitam a construção coletiva do documento em que, de um lado, a equipe multidisciplinar expõe dados técnicos e, do outro, comunitários apresentam suas culturas, tradições e a relação que possuem com a floresta.

Manejador durante debate sobre o plano de manejo.

A oficina reuniu integrantes do grupo de manejadores – produtores que vão atuar no manejo florestal – e representantes da Associação dos Moradores da Resex Arióca Pruanã (Amoreap). Na ocasião, o IFT apresentou as etapas para construção do PMFS e compartilhou informações técnicas sobre os próximos passos, que inclui a elaboração do documento de Avalição Técnica à Análise Prévia (APAT). “Tanto o Plano de Manejo quanto a APAT serão apresentadas juntas ao ICMBio, em um arranjo debatido com o próprio órgão. Antes de protocolar o plano, é necessário lembrar que ele será aprovado pelo Conselho Gestor da Resex, que é deliberativo, o que deve ocorrer logo no início do ano 2019”, destacou Marcelo Galdino, engenheiro florestal consultor do IFT.

 O técnico instrutor sênior do IFT, César Pinheiro, realizou um resgate histórico do debate sobre manejo florestal na Unidade. Além disso, apresentou os resultados do inventário amostral, realizado em julho e agosto de 2018. “Esse retorno à comunidade com os resultados de um trabalho que eles realizaram com nossa assessoria enriquece a construção do Plano de Manejo. Apresentamos também algumas informações sobre a floresta deles, como os mapas apontando as áreas em que já houve muita exploração, as áreas de capinarana e as de queimadas. O volume para comercialização está estimado em 21,5 m³ por hectare e localizamos cerca de 23 espécies com potencial comercial”, explicou César.

Manejadores confirmam, em mapa, área de manejo florestal.

Uso Múltiplo

Divididos em quatro grupos, os manejadores refletiram sobre o uso múltiplo da floresta. Para isso, receberam a lista de espécies levantadas no inventário amostral. Com a lista em mãos, precisavam inserir as espécies em tabelas que apontavam outros usos para a madeira que não apenas a venda em tora. “Isso nos ajuda a pensar sobre o trabalho em campo, já que vamos ter que manter árvores em pé para conservar, essa lista ajuda a pensar quais serão essas árvores”, comentou o manejador Alderi de Deus Matos.

Plano de Manejo

O PMFS é um documento técnico elaborado por engenheiros florestais e contém informações técnicas, sociais e econômicas sobre a porção de floresta requerida como Área de Manejo Florestal (AMF) e aponta normas e diretrizes para o uso do território no âmbito da exploração madeireira. Em Unidades de Conservação de Uso Sustentável da esfera federal, como no caso de Arióca Pruanã, o órgão responsável por aprovar o Plano é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Participantes da oficina se reúnem para registro.

Acordos

As informações levantadas na oficina foram registradas em ATA da reunião do grupo de manejadores. Entre as principais definições estão: escolha da localização da área, e do tamanho, da primeira Unidade de Produção Anual (UPA); estratégias para regulamentação da associação; deixar em pousio a área atingida pelo fogo, para que se regenere; e o local para implantação do pátio de estocagem provisória das toras. O documento foi apresentado em plenária durante a assembleia da Amoreap, realizada no dia 1º de dezembro, e aprovado pelos presentes.

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