24 jan Moradores da Resex Arióca Pruanã se preparam para apresentar PMFS ao ICMBio
Durante oficina, realizada nos dias 28 e 29 de novembro, os moradores da Reserva Extrativista (Resex) Arióca Pruanã alinharam as últimas informações para a redação do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). A atividade foi realizada pelo Instituto Floresta Tropical (IFT), por meio do projeto Florestas Comunitárias, apoiado pelo Fundo Amazônia. Os acordos fechados durante o encontro possibilitam a construção coletiva do documento em que, de um lado, a equipe multidisciplinar expõe dados técnicos e, do outro, comunitários apresentam suas culturas, tradições e a relação que possuem com a floresta.
A oficina reuniu integrantes do grupo de manejadores – produtores que vão atuar no manejo florestal – e representantes da Associação dos Moradores da Resex Arióca Pruanã (Amoreap). Na ocasião, o IFT apresentou as etapas para construção do PMFS e compartilhou informações técnicas sobre os próximos passos, que inclui a elaboração do documento de Avalição Técnica à Análise Prévia (APAT). “Tanto o Plano de Manejo quanto a APAT serão apresentadas juntas ao ICMBio, em um arranjo debatido com o próprio órgão. Antes de protocolar o plano, é necessário lembrar que ele será aprovado pelo Conselho Gestor da Resex, que é deliberativo, o que deve ocorrer logo no início do ano 2019”, destacou Marcelo Galdino, engenheiro florestal consultor do IFT.
O técnico instrutor sênior do IFT, César Pinheiro, realizou um resgate histórico do debate sobre manejo florestal na Unidade. Além disso, apresentou os resultados do inventário amostral, realizado em julho e agosto de 2018. “Esse retorno à comunidade com os resultados de um trabalho que eles realizaram com nossa assessoria enriquece a construção do Plano de Manejo. Apresentamos também algumas informações sobre a floresta deles, como os mapas apontando as áreas em que já houve muita exploração, as áreas de capinarana e as de queimadas. O volume para comercialização está estimado em 21,5 m³ por hectare e localizamos cerca de 23 espécies com potencial comercial”, explicou César.
Uso Múltiplo
Divididos em quatro grupos, os manejadores refletiram sobre o uso múltiplo da floresta. Para isso, receberam a lista de espécies levantadas no inventário amostral. Com a lista em mãos, precisavam inserir as espécies em tabelas que apontavam outros usos para a madeira que não apenas a venda em tora. “Isso nos ajuda a pensar sobre o trabalho em campo, já que vamos ter que manter árvores em pé para conservar, essa lista ajuda a pensar quais serão essas árvores”, comentou o manejador Alderi de Deus Matos.
Plano de Manejo
O PMFS é um documento técnico elaborado por engenheiros florestais e contém informações técnicas, sociais e econômicas sobre a porção de floresta requerida como Área de Manejo Florestal (AMF) e aponta normas e diretrizes para o uso do território no âmbito da exploração madeireira. Em Unidades de Conservação de Uso Sustentável da esfera federal, como no caso de Arióca Pruanã, o órgão responsável por aprovar o Plano é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Acordos
As informações levantadas na oficina foram registradas em ATA da reunião do grupo de manejadores. Entre as principais definições estão: escolha da localização da área, e do tamanho, da primeira Unidade de Produção Anual (UPA); estratégias para regulamentação da associação; deixar em pousio a área atingida pelo fogo, para que se regenere; e o local para implantação do pátio de estocagem provisória das toras. O documento foi apresentado em plenária durante a assembleia da Amoreap, realizada no dia 1º de dezembro, e aprovado pelos presentes.
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