27 set Lideranças agroextrativistas compartilham suas experiencias em evento sobre manejo florestal comunitário
Moradores das Reservas Extrativistas Arióca Pruanã, no município de Oeiras do Pará, e Mapuá, no território de Breves, ilha do Marajó, compartilharam, na última terça-feira, 24/09, suas experiencias com manejo florestal comunitário durante o seminário “Manejo Florestal Comunitário e Gestão de Florestas Públicas: oportunidade de geração de trabalho, emprego e renda para o Estado do Pará”, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), com o apoio do IFT e IEB, em Belém. No evento, que reuniu representantes de diversas instituições ligadas à pesquisa, ensino, assistência técnica e gestão de Florestas Públicas, os comunitários apresentaram os desafios e oportunidades de trabalhar com o manejo florestal em Unidades de Conservação.
“A luta para a implantação do manejo florestal comunitário não é fácil, principalmente pela falta de apoio dos órgãos do governo, que deveriam dar mais estrutura para essas organizações comunitárias que mantém, de fato, a floresta em pé. Mas, mesmo com um cenário desfavorável, nós, enquanto lideranças comunitárias, continuamos firmes para que esse tipo de atividade exista. E graças a nossa organização e apoio de instituições como o IFT, nós seguimos com essa batalha para colher bons resultados. A aprovação do manejo comunitária na Resex onde eu moro é um grande exemplo disso”, relatou Arnaldo Silva, liderança comunitária da Resex Mapuá, unidade que teve o plano de manejo aprovado recentemente.
Estudante de Engenharia Florestal e morador da Resex Arióca Pruanã, José Filho, ressaltou a importância da inclusão dos manejadores em espaços de discussões promovidos pelo governo. “É fundamental que o manejo florestal comunitário e a gestão de unidades de conservação sejam pautas do governo, pois, essas decisões tomadas aqui nos afetam diretamente. Mas é fundamental também que esses espaços sejam ocupados por lideranças e manejadores agroextrativistas. Afinal, não dá para falar em política pública de economia florestal e em plano de manejo comunitário sem ouvir os principais envolvidos nesse debate”, afirmou.
Além do relato dos comunitário, o evento também contou com uma apresentação da coordenadora do Programa Florestas Comunitárias do Instituto Floresta Tropical, Ana Carolina Vieira. A gestora destacou as ações do IFT no treinamento e capacitação de atividades agroextrativistas e assessoramento de plano de manejo comunitário em unidades de conservação. Na explanação foram demonstrados os resultados produtivos do manejo florestal e as oportunidades financeiras surgidas com as atividades florestais das Resex Verde Para Sempre, em Porto de Moz, Ituxi, no sul do Amazonas e nas três unidade de conservação do Marajó, beneficiadas pelo Projeto Florestas Comunitárias. A coordenadora ressaltou ainda sobre a importância do manejo florestal comunitário para o desenvolvimento de uma economia florestal na Amazônia abordando as oportunidades e desafios para o desenvolvimento dessa agenda.
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