IFT avalia potencial produtivo e econômico do manejo florestal realizado por comunidades na Amazônia

IFT avalia potencial produtivo e econômico do manejo florestal realizado por comunidades na Amazônia

Em Boletim Técnico disponibilizado para download na página virtual, o Instituto Floresta Tropical (IFT) apresenta números relevantes na Amazônia sobre o potencial produtivo e econômico do manejo florestal comunitário desenvolvido em Unidade de Conservação de Uso sustentável. Intitulado “Manejo Florestal Comunitário na Resex Verde para Sempre: Custos de produção e índices de produtividade da primeira safra madeireira”, a publicação é o 12º volume da série de boletins editados pela instituição desde 2011 e foi desenvolvida com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor da Unidade, e da Climate and Land Use Alliance (CLUA).

O objeto do boletim são as atividades de exploração de impacto reduzido madeireiro realizadas durante o ano 2017 por cinco comunidades na Reserva Extrativista Verde para Sempre, localizada no município de Porto de Moz, no Pará. O boletim apresenta uma análise das atividades realizadas pelos comunitários com apoio de parceiros, descrevendo índices de produtividade e os principais elementos de custos envolvidos.

No Boletim, o IFT pretende iniciar o debate sobre o potencial produtivo e econômico de um projeto de manejo florestal sustentável executado por comunidades tradicionais em Reserva Extrativista (Resex). “Trata-se de uma iniciativa coletiva de pequenos produtores rurais que busca ser mais que um empreendimento artesanal da população local. O modelo analisado tem potencial de um empreendimento de impacto significativo na economia local e regional, uma oportunidade real de melhoria dos meios de vida dos produtores agroextrativistas”, explica Iran.

Para Max Steinbrenner, assessor da secretaria executiva do IFT, a rentabilidade econômica é fundamental para a sustentabilidade de qualquer atividade produtiva. “Ela é critério central do empreendedor. No caso do manejo florestal em Resex a questão é mais ampla, já que, nesse cenário, os três clássicos fatores de produção – trabalho, terra e capital – pesam de forma diferente”, argumenta. As diferenças às quais o autor se refere diz respeito ao fato de a comunidade não ser a proprietária da terra, e sim possuir os direitos de usufruto da floresta. Além disso, a comunidade pode ser a fornecedora de mão de obra, mas precisa qualificá-la e contratar mão de obra externa, caso necessário e, ainda, é preciso mecanismos eficientes para capitalizar a comunidade, já que o manejo madeireiro de floresta tropical exige investimentos iniciais que uma comunidade em geral não pode cobrir.

A análise dos índices de produtividade só foi possível em virtude do comprometimento da equipe de manejadores em campo, com a assessoria do IFT, que coletaram dados e monitoraram diferentes etapas da atividade. “O processo participativo da análise preliminar dos índices de produtividade foi um sucesso, e recomenda-se fortemente que as comunidades continuem com o monitoramento das suas atividades. Por meio do processo de monitoramento poderão perceber onde estão os pontos fortes e fracos das rotinas do manejo e perpetrar os ajustes necessários”, comenta Max.

Aliado ao monitoramento colaborativo, a dupla de autores recomenta a elaboração de manuais específicos para as necessidades dos manejadores comunitários, que possam contribuir com o dia-a-dia operacional. “É esperado que a competência técnica dos manejadores comunitários evolua em resposta às experiências acumuladas e aos treinamentos efetuados anualmente. Nesse processo é crucialmente importante observar e respeitar o ritmo das comunidades”, finaliza Max.

Lançamento

Boletim Técnico #12

“Manejo Florestal Comunitário na Resex Verde para Sempre: Custos de produção e índices de produtividade da primeira safra madeireira”

Disponível para download em: https://bit.ly/2MgdsRa

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