Agroextrativistas da Resex Arióca Pruanã recebem Oficina de Manejo de Açaizais Nativos

Agroextrativistas da Resex Arióca Pruanã recebem Oficina de Manejo de Açaizais Nativos

O Grupo de Trabalho do Manejo Florestal Comunitário do Marajó (GT MFC do Marajó), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e apoio do projeto Florestas Comunitárias, desenvolvido pelo Instituto Floresta Tropical (IFT), realizou nos dias 13, 14 e 15 de março a Oficina de Manejo de Açaizais Nativos na Reserva Extrativista Arióca Pruanã, localizada no município de Oeiras do Pará. A atividade compõe a agenda construída de forma compartilhada entre o GT e os produtores agroextrativistas, residentes nos territórios, durante ação realizada em fevereiro. Participaram da oficina 48 pessoas.

Durante três dias os técnicos da Embrapa, acompanhados por técnicos do IFT e o gestor da Unidade de Conservação (UC), o analista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Patrick Rabelo Jacob, apresentaram as técnicas de manejo de açaizais que permitem o aumento da produtividade das espécies e melhor rendimento da safra. Segundo informações da Embrapa, as maiores concentrações de açaizais na Amazônia ocorrem em solos de várzeas e igapós. Esses elementos compõem ecossistemas de floresta natural ou em forma de maciços. No sistema tradicional (não manejado) as plantas de açaí e de outras espécies espontâneas se distribuem na área de maneira irregular, favorecendo a competição por espaço e luz. Assim, há uma inadequação do manejo das touceiras que prejudicam o desenvolvimento da planta e afetam o potencial de produção.

Moradores da Resex Arióca Pruanã durante Oficina de Manejo de Açaizais.

O manejo de açaizais tem o objetivo de aumentar a população de açaizeiros que ocorrem naturalmente na floresta de várzea. De acordo com estudos da Embrapa, isso é possível por meio de ações de manejo: limpeza da área (roçagem da vegetação de menor porte e eliminação de parte das árvores maiores); desbastes dos perfilhos, ou estipes, das touceiras de baixo vigor vegetativo; preparo, ou aquisição, e plantio de mudas de açaizeiros, frutíferas e florestais; manutenção do açaizal. Com a técnica de manejo, a produtividade do açaizeiro pode dobrar de 4,2 t/ha para 8,4 t/ha de frutos.

Assembleia

Ao término do curso, aproveitando a ida dos produtores à atividade, foi realizada a Assembleia Geral da Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Arióca Pruanã (Amoreap). No encontro entre diretoria e associados, além da pauta específica da gestão administrativa institucional, o licenciamento ambiental das atividades de manejo florestal comunitário, com foco na madeira e no açaí, também esteve no centro dos debates. Alguns acordos sobre as áreas para levantamento de potencial madeireiro foram fechados, assim como a lista de manejadores – agroextrativistas que se identificam com a atividade de manejo.

Luiz Tenório, presidente da Amoreap, discursa durante assembleia geral da associação.

De acordo com Ana Carolina Vieira, foi realizado um chamado para que os manejadores se apresentassem. “A ideia era justamente fazer uma lista com os nomes das pessoas que gostariam de se envolver com as capacitações técnicas, e eles foram e se apontaram. Mas ressaltamos que todos podem participar, os manejadores são aqueles que de fato vão trabalhar no manejo florestal”, explica Carlina, engenheira florestal coordenadora do Programa Florestas Comunitárias.

Oficinas

O projeto Florestas comunitárias realiza ainda no mês de março outras três oficinas de manejo de açaizais, desta vez na Resex Mapuá, em Breves.

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