10 jul Ecoforte Extrativismo otimiza a produção de castanha na Resex Ituxi
Você sabia que para realizar o extrativismo da castanha-do-brasil os castanheiros passam longos períodos no castanhal, quase o tempo todo da safra? Essa longa jornada, de quase 3 meses, nos castanhais envolve também um trabalho árduo de coleta e de transporte da castanha para o escoamento. Na Reserva Extrativista Ituxi, no município de Lábrea, estado do Amazonas, boa parte dessa intensa jornada agora é coisa do passado. Após ser beneficiada com os recursos e equipamentos do edital Ecoforte Extrativismo – Castanha, da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit) otimizou intensamente a logística nas áreas dos castanhais, mudando de 4 horas para 40 minutos o tempo dedicado ao transporte da produção diária.
Moradores da Resex Ituxi durante mutirão de limpeza na área dos castanhais (Foto: Acervo IFT)
Além do aumento da produção e melhoria das condições de trabalho na comunidade, através de um mapeamento dos castanhais e planejamento das instalações de infraestrutura, o Projeto “Melhoria do sistema logístico para o escoamento da castanha-do-brasil das áreas de Castanhais da RESEX Ituxi.” , que conta com a assessoria administrativa e estratégica do Instituto Floresta Tropical (IFT), possibilitou a compra de equipamentos para o transporte do produto e de limpeza e manutenção de igarapés e varadouros da Resex, melhorando o acesso aos castanhais.
“A falta de recursos e de equipamentos apropriados fazia com que a limpeza dos igarapés da Resex, próximos as áreas dos castanhais, sempre ficasse a desejar. Os comunitários não tinham condições de fazer um trabalho mais intenso porque o custo disso era muito alto. Mas, graças aos equipamentos e os recursos do Ecoforte, esse problema foi solucionado e o nosso acesso aos castanhais facilitou ainda mais” afirma o agroextrativista Manoel Palheta.
Responsável pelo mutirão de limpeza na comunidade, seu Manoel lembra que antes do Projeto, os moradores da Resex levavam de três a quatro horas para carregar a produção de castanha nas costas todos os dias. “Isso era rotina durante três meses do ano”, completa. Com a melhoria do acesso na área e com a adesão de quadriciclos com carroceria adquiridos pelo Projeto, o tempo diminuiu em média 80% para carregar a produção diária.
Produção
De acordo com dados do relatório, foram mapeadas 31 áreas de castanhais no interior da Resex Ituxi e 33 na área do entorno, somando 64 castanhais. As áreas estão centradas ao longo de pelo menos quatro rios: Punicici, Curequete, Ituxi e Ciriquiqui. As informações sobre a produtividade foram coletadas por meio de entrevistas com 71 castanheiros. Os questionários aplicados, e a incursão em campo, apontaram o total de 11.091 árvores de castanha na região.
Ecoforte Extrativismo
O extratismo de castanha-do-brasil é a principal atividade econômica da Resex Ituxi. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O Ecoforte tem o objetivo de fortalecer as redes de agroextrativismo e produção agroecológica e orgânica, com foco em produtores familiares, extrativistas, povos e comunidades tradicionais, dando ênfase na inclusão das mulheres e jovens. O edital apoia a estruturação de empreendimentos coletivos, para qualificar e promover a comercialização da produção extrativista no bioma Amazônia. A iniciativa compõe o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, o Brasil Agroecológico.
Esta é a segunda vez que os produtores agroextrativistas de Ituxi acessam recursos do edital Ecorforte. Em 2015, o manejo florestal madeireiro realizado pelo Empreendimento Angelim, administrado pelos próprios moradores da Resex, contraiu recursos que possibilitaram a efetivação da atividade de manejo florestal comunitário. Nas duas oportunidades o Instituto Floresta Tropical (IFT) assumiu papel de apoiador na concepção da proposta e atuou como gestora do recurso após ser escolhida pela Apadrit em decisão coletiva.
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