24 maio Produtores agroextrativistas da Resex Ituxi (AM) realizam levantamento de castanhais
A Castanha-do-Brasil é considerada a principal atividade econômica dos produtores agroextrativistas que residem na Reserva Extrativista (Resex) Ituxi, localizada em Lábrea, no Amazonas. A produção média anual chega a 600 toneladas. Cerca de 90% dos moradores da Unidade de Conservação exercem a atividade. A atividade conta com apoio da Fundação Banco do Brasil, por meio do projeto Ecoforte Extrativismo, que prevê a melhoria do sistema logístico para o escoamento do produto. As ações técnico-operacionais começaram a ser realizadas, entre elas o levantamento e o mapeamento das áreas de castanhais.
Gerenciada pela Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit), com apoio do Instituto Floresta Tropical (IFT), o projeto Ecoforte Extrativismo – Castanha tem como objetivo otimizar o transporte da Castanha-do-Brasil na Resex para gerar aumento da produção e melhoria das condições de saúde e segurança dos castanheiros. A associação pretende melhorar as condições de trabalho para o escoamento da produção dos castanhais por meio da viabilização da logística para assegurar condições adequadas de armazenamento da castanha até o transporte final e melhorar a comunicação entre os produtores.
Atualmente, a Apadrit organiza a produção em conjunto com a Cooperativa Mista Agroextrativista Sardinha (COOPMAS) e a Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha (ASPACS), responsáveis pela comercialização e beneficiamento da produção. De acordo com a Apadrit, a parceria agrega valor ao produto, pois reduz a participação de atravessadores na comercialização. No ano de 2016, o valor médio do produto foi de R$5,00/kg.
Levantamento e mapeamento de castanhais
Em abril, os produtores iniciaram a etapa de levantamento de novos pontos, ou piques, dos castanhais da Reserva. Na ocasião, foram visitados pontos já mapeados, para confirmação de dados. Segundo relatório da atividade, foi realizado, ainda, o levantamento do quantitativo da produção, comercialização, e informações sobre as dificuldades dos produtores na extração da castanha foram solicitadas, assim como a expectativa de potenciais castanheiros a respeito de eventuais melhorias na cadeia de produção da castanha.
O mapeamento de castanhais consiste na coleta de coordenadas geográficas in loco das áreas onde ocorrem a extração de castanha. As equipes de campo visitam os igarapés e regiões apontadas pelos próprios habitantes da região como áreas de castanhais. Com GPS em mãos, são marcados os pontos. Além disso, para alcançar os resultados esperados foram utilizadas fichas de campo para levantamento de dados qualitativos e quantitativos de produção dos castanheiros e dos respectivos castanhais. Foram visitadas doze áreas na Resex Ituxi.
A Apadrit montou um grupo de trabalho responsável pela coleta de informações para construção do cadastro do perfil do participante do projeto Ecoforte Extrativismo – Castanha. Por meio de um questionário foram levantadas informações relacionadas ao modo de vida dos moradores da Resex Ituxi. O cadastro foi aplicado em diferentes locais no interior da Resex e tingiu cerca de cem comunitários.
Os dados apontam alguns desafios, entre eles as dificuldades encontradas pelos produtores no cotidiano da atividade, como a desorganização dos processos de produção, a presença de atravessadores – que adquirem os produtos com preços baixos – e o acesso à cidade de Lábrea, feito por rios em embarcações inadequadas.
Mapeamento participativo
A Oficina de Mapeamento Participativo de Castanhais da Resex Ituxi foi realizada nos dias 28 e 29 de abril e contou com a participação de 78 pessoas, a maioria composta por moradores da Resex que atuam na coleta de castanhas. A moderação da atividade foi feita pelo engenheiro florestal Marcelo Galdino, consultor do IFT. Segundo ele, a metodologia aplicada contou com mapas impressos a partir de imagem de satélite dos quatro principais rios da unidade. “Os participantes foram agrupados nas quatro regiões e cada um foi apontando os respectivos castanhais, rios, comunidades, cachoeiras e outras informações importantes para que posteriormente sejam elaborados mapas da localização dos castanhais”, explicou Galdino.
Durante a atividade foram escolhidos os locais em que serão instaladas infraestruturas (paióis e rádios) e alocados os equipamentos (quadriciclo, voadeiras e outros) previstos para serem adquiridos com recursos do projeto Ecoforte Extrativismo – Castanha. Estavam presentes na reunião representantes das associações Apadrit e Amari, Cooperativa Agroextrativista da Resex Ituxi (Coopagri), Aspacs, Coopmas, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Semma (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Lábrea), IFT e Moradores de treze comunidades da Unidade.
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