Mapeamento Socioprodutivo de castanhais aponta riqueza produtiva da Resex Ituxi (AM)

Mapeamento Socioprodutivo de castanhais aponta riqueza produtiva da Resex Ituxi (AM)

O manejo florestal comunitário é uma realidade na Reserva Extrativista (Resex) Ituxi, localizada no sul do Amazonas, em Lábrea. A atividade madeireira sustentável movimenta a região e contribui com o fortalecimento de outros produtos florestais. É o caso da Castanha-do-Brasil, fruto tradicionalmente coletado na região. Como estratégia de fortalecimento da cadeia de valor do produto, o Instituto Floresta Tropical (IFT) lança o relatório do Mapeamento Socioprodutivo dos Castanhais. O documento é um instrumento de consulta com significativos dados, tanto para os produtores quanto para a gestão do território, pesquisadores e empresários do setor.

O mapeamento faz parte da agenda de ações do projeto Ecoforte Extrativismo – Castanha, desenvolvido pela Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit) com o apoio da Fundação Banco do Brasil (FBB).  “Com o avanço da estruturação da organização social e da cadeia de valor da madeira, o IFT considerou importante assessorar a organização de outras cadeias de valor. A castanha é o principal produto oriundo do extrativismo florestal. É responsável pela complementação da renda familiar na Resex. Em 2016, a produção da castanha na Resex atingiu 450 toneladas, o que movimentou aproximadamente um milhão e meio de reais”, argumenta Marcelo Galdino, engenheiro florestal consultor do IFT.

Atividade em grupo para mapeamento dos castanhais.

Produção

De acordo com dados do relatório, foram mapeadas 31 áreas de castanhais no interior da Resex Ituxi e 33 na área do entorno, somando 64 castanhais. As áreas estão centradas ao longo de pelo menos quatro rios: Punicici, Curequete, Ituxi e Ciriquiqui.  As informações sobre a produtividade foram coletadas por meio de entrevistas com 71 castanheiros. Os questionários aplicados, e a incursão em campo, apontaram o total de 11.091 árvores de castanha na região.

Em cálculo com estimativa de produção, que leva em considerações dados produzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o relatório aponta que a média de produção de uma castanheira é de 37Kg/ano. “Sabemos que a produção de castanha varia por safra e por árvore, mas se consideramos que a Resex Ituxi possui 11.091 árvores de castanha a produção anual média estimada é mais de 410 toneladas ao ano”, destaca o documento.

De acordo com Ana Carolina Vieira, coordenadora do programa Florestas Comunitárias do IFT, o mapeamento socioprodutivo dos Castanhais contou com apoio e participação da Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembleia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit), entidade proponente do projeto, Cooperativa Agroextrativista da Resex Ituxi (Coopagri) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em todas as fases de desenvolvimento, em especial na definição metodológica e na implementação das ações. “A metodologia para realização deste trabalho se dividiu em duas etapas, sendo elas: o levantamento e caracterização dos castanhais in loco, no campo, e a oficina de mapeamento participativo dos castanhais”, detalha Carolina.

O relatório apresenta, ainda, o histórico da produção do fruto na Reserva, além de um diagnóstico da organização social do trabalho da castanha sob o olhar dos extrativistas, o que revela os desafios e as oportunidades para a melhoria da cadeia produtiva. “Além disso o relatório apresenta os locais prioritários para a instalação das infraestruturas que estão sendo adquiridas com o apoio do projeto Ecoforte, essas que visam melhorar as condições logísticas de produção e transporte da castanha do brasil na Resex”, comenta Ana Carolina.

Produtores apontam em mapa as áreas de castanhais.

Ecoforte Extrativismo

O Ecoforte tem o objetivo de fortalecer as redes de agroextrativismo e produção agroecológica e orgânica, com foco em produtores familiares, extrativistas, povos e comunidades tradicionais, dando ênfase na inclusão das mulheres e jovens. O edital apoia a estruturação de empreendimentos coletivos, para qualificar e promover a comercialização da produção extrativista no bioma Amazônia. A iniciativa compõe o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, o Brasil Agroecológico.

Esta é a segunda vez que os produtores agroextrativistas de Ituxi acessam recursos do edital Ecorforte. Em 2015, o manejo florestal madeireiro realizado pelo Empreendimento Angelim, administrado pelos próprios moradores da Resex, contraiu recursos que possibilitaram a efetivação da atividade de manejo florestal comunitário. Nas duas oportunidades o Instituto Floresta Tropical (IFT) assumiu papel de apoiador na concepção da proposta e atuou como gestora do recurso após ser escolhida pela Apadrit em decisão coletiva.

O Ecoforte II tem como objetivo otimizar o transporte da castanha-do-brasil na Resex Ituxi, possibilitando aumento da produção e melhoria das condições de saúde e segurança dos castanheiros. De acordo com a proposta aprovada, a associação pretende melhorar as condições de trabalho para o escoamento da produção dos castanhais da Reserva, por meio da viabilização da logística para assegurar condições adequadas de armazenamento da castanha até o transporte final e melhorar a comunicação entre os produtores.

Serviço

Mapeamento Socioprodutivo dos Castanhais da Resex Ituxi

Quer saber mais sobre os resultados?

Acesse!

http://www.ift.org.br/wp-content/uploads/2018/09/Relatorio-Mapeamento-Castanhais.310718.pdf

Sem Comentários

Publicar Um Comentário