Livro conta a história da pesquisa florestal na Amazônia

Livro conta a história da pesquisa florestal na Amazônia

O livro “Amazônia – 60 anos de pesquisas florestais na Amazônia”, lançado durante a   XII Feira da Indústria do Pará (FIPA), realizada nos dias apresenta o esforço dos pioneiros que, com imensas dificuldades materiais e financeiras, contribuíram para o início da pesquisa florestal e divulgação da produção científica sobre a floresta amazônica. No material consta, inclusive, pesquisas realizadas pelo doutor José Natalino Macedo, secretário executivo do IFT.

De autoria de Evaristo F. M. Terezo, o livro, de cunho histórico, traz os estudos sobre o apoio que o Brasil teve da FAU para explorar a Amazônia após o declínio da borracha, quando a floresta se tornou a nova fonte de renda.

Para Evaristo, a obra é uma forma de projetar para as futuras gerações a história do início da pesquisa na Amazônia. “O livro serve como fonte de conhecimento para essa geração. É uma forma de difusão para que, principalmente, os brasileiros conheçam essa regra”, disse Evaristo.

Segundo o autor, a partir das pesquisas foi possível concluir que ainda há uma “ignorância muito grande em relação a Amazônia, por parte, principalmente, dos estrangeiros e os brasileiros do sul”, afirmou.

No texto, Evaristo ressalta publicações que devem ser consultadas para aprofundamento da matéria, pois entende que apenas a citação de um número cronológico da bibliografia, como alguns acham mais elegante, não ressaltaria seu valor.

Os resultados mais importantes das pesquisas estão relatados buscando sempre analisar as florestas publicas onde o manejo ressalta a enorme diversidade e deixar que a luta pela sobrevivência continue e, nas florestas privadas, particulares, onde se busca transforma-las em florestas mais valiosas em termos de produtividade, já que o proprietário tem que garantir a educação, transporte, saúde e outros itens vitais para manter a família.

Na realidade resgatou-se os sessenta anos de pesquisa na Amazônia que asseguram que as florestas podem e devem ser utilizadas, pois as técnicas para manter a sustentabilidade já estão disponíveis. “Não precisamos mais viver para ver”. Os pesquisadores desde a década de 1950, como John Pitt, Dammis Heinsdik, Francisco das Chagas Uchoa Guerra, Osvaldo Paiva da Vera-Cruz e outros, já mencionados, não trabalharam em vão.

A criação de associações madeireiras e as propostas da FAO para criação das Concessões Florestais, proposto em 1962 pelo coordenador Otto Wahl em boas áreas florestais, em acordo com as associações madeireiras e em estreita colaboração com o Serviço Florestal Federal (se e quando fosse realidade) em bases de manejo florestal adequado, são assinaladas. Faz-se necessário lembrar que, à época, o serviço florestal era vinculado ao Ministério da Agricultura e não priorizava a Amazônia.

Relata-se como surgiu a engenharia florestal no Brasil e a integração da primeira Escola de Floresta com os centros de pesquisa e a vinculação dos centros de Santarém e Curuá-una.

Dentre as espécies emblemáticas são citados os estudos do Pau Rosa e Mogno. A desmistificação que todos os mognos são atacados pela broca do ponteiro, pesquisas de mogno de 12 procedências na Amazônia, plantadas no município de Vila Aurora no estado do Pará, analisadas na sua composição química e a produtividade em diversas modalidades de plantio. As invasões de terras e a conversão da floresta para usos agrícolas e pecuários representam uma substancial perda de habitat natural para o Mogno.

O problema da identificação e estudo das propriedades físico-mecânicas das madeiras da Amazônia sempre foi um ponto extremamente relevante de modo a atender adequadamente aos mercados local, nacional e internacional. O esforço para conhecer as madeiras amazônicas foi feito com o apoio do IPT, INPA e o SPF do IBDF, que hoje sobrevive no SFB, e as dificuldades de atendimento dos pedidos de madeira culminou com o Primeiro Entreposto em Santarém.

Espera-se que as pesquisas continuem e, se houver interesse na ressurreição do centro de Curua-una são informadas as localizações dos lotes de pesquisas desde o tempo de John Pitt e os últimos levantamentos de campo com o apoio da GTZ.

Serviço

Amazônia – 60 anos de pesquisas florestais na Amazônia

Autor: Evaristo F. M. Terezo

Preço: R$20,00

Você pode adquirir o livro na sede do IFT. Reservas pelo telefone 3202-8313.

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