Cooperativismo é tema de oficina na comunidade Itapéua

Cooperativismo é tema de oficina na comunidade Itapéua

Os moradores da comunidade Itapéua, localizada na Reserva Extrativista Verde para Sempre, em Porto de Moz (PA), se preparam para fundar uma cooperativa e recebem apoio do Instituto Floresta Tropical (IFT) na construção dos conhecimentos para viabilização do empreendimento Florestal. A cooperativa tem como principal foco a comercialização da produção madeireira da comunidade, mas também de outros produtos da floresta (açaí e óleos) e da agricultura tradicional, como a farinha, abacaxi, arroz, milho, etc.

As atividades realizadas pelo instituto visam garantir que a cooperativa seja fundada apenas se houver viabilidade administrativa e organizacional comunitária. Para isso, serão realizados três ciclos de oficinas sobre cooperativismo e os procedimentos de criação com o objetivo de compartilhar conhecimentos e dirimir dúvidas.

Nesta primeira oficina, como parte da agenda de trabalho do projeto desenvolvido em parceria com a CLUA, o IFT realizou o workshop sobre os Princípios do Cooperativismo e as normas e procedimentos para fundação de uma cooperativa florestal comunitária. A ação, desenvolvida no âmbito do programa Florestas Comunitárias e moderada pela consultora Maria Antônia Nascimento, especialista em Gestão de Organizações do Terceiro Setor, foi realizada entre os dias 12 a 14 de abril na igreja da comunidade Itapéua.

De acordo com Ana Carolina Vieira, coordenadora do programa, que esteve presente durante toda a atividade em campo, o objetivo do workshop é o fortalecimento da organização social por meio do compartilhamento de conhecimentos para que entendam como funciona uma cooperativa, e quais os procedimentos necessários para a criação da entidade. “A proposta do nosso trabalho é compartilhar conhecimentos para que haja compreensão sobre o papel de uma cooperativa na comercialização dos produtos oriundos da sociobiodiversidade. Será por meio da comercialização que a cooperativa vai gerar renda para o grupo de comunitários”, diz Carolina.

Maria Antônia contou como ocorreu a atividade: “Fizemos uma rodada de conversa para saber qual a expectativa deles sobre o workshop e também sobre nossa assessoria. Eles esperam ter conhecimento sobre o cooperativismo, aprendizado, formar o grupo sobre o tema, compreender melhor, fazer acontecer, dar mais um passo na produção, desenvolver melhorias e criar a cooperativa”.

Fortalecimento

A consultora explica que a principal característica das sociedades cooperativas está na finalidade de oferecer aos cooperados melhores condições econômicas e sociais, pois a cooperativa, em si, não possui finalidade lucrativa. “Desta forma, a cooperativa atua como um instrumento de promoção dos interesses de seus membros. Cooperativa é uma forma de organização social para exercício de uma atividade econômica de proveito comum, baseada na igualdade de direitos e não na apropriação do trabalho alheio, cujo cooperado é o dono e usuário do empreendimento”, comentou Maria Antonia.

O workshop foi realizado durante dois dias. “No primeiro dia abordamos o Sistema Cooperativista Brasileiro e no segundo dia demos um passo-a-passo que servirá de guia para o processo de criação da cooperativa. Além disso, antes de iniciarmos a atividade apresentamos um questionário com uma série de perguntas que vão nos dar suporte para pensarmos os próximos passos”, explicou Ana Carolina.

 O questionário norteou o diálogo inicial, pois os comunitários nem sempre tem informação sobre os custos para manter uma cooperativa funcionando e também sobre a complexidade de um empreendimento empresarial que vai lidar com recursos de terceiros. “Por isso, só recomendamos a criação de uma cooperativa se realmente for indispensável para o desenvolvimento do negócio florestal, se tiver pelo menos 20 pessoas comprometidas em fazer parte e com entendimento sobre as oportunidades e deveres que vem junto com a criação de uma cooperativa comunitária, e o mais importante, se for gerar renda suficiente para manter a cooperativa e melhorar a economia dos sócios e da comunidade”, finalizou Maria Antônia. Aos comunitários de Itapéua foram deixados alguns exercícios, entre eles identificar quais pessoas estariam aptas a comporem a cooperativa na função de diretores.

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