Curso de manejo de açaizal nativo fomenta atividade na Resex Mapuá

Curso de manejo de açaizal nativo fomenta atividade na Resex Mapuá

Produtores agroextrativistas da Reserva Extrativista (Resex) Mapuá participaram do curso de Manejo de Açaizal Nativo, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Instituto Floresta Tropical (IFT) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no mês de março. A atividade ocorreu em três polos comunitários e recebeu mais de 200 participantes.

De acordo com Ana Carolina C. Vieira, coordenadora do programa Florestas Comunitárias, o curso teve como objetivo o aprimoramento técnico dos comunitários nas boas práticas de manejo de açaizais nativos, para fortalecer a produção de açaizais e garantir a conservação da biodiversidade da várzea. A ação compõe o escopo do projeto desenvolvido no território que prevê a implementação e fortalecimento da ca deia do açaí.

O curso foi uma imersão teórica e prática no manejo de açaizais.

Segundo Ana Carolina, a cadeia produtiva do açaí é considerada a principal fonte de renda das famílias beneficiárias da Resex. “Porém a comercialização ainda ocorre de maneira dispersa, para atravessadores e geleiras a um baixo preço. O projeto pretende, junto com a comunidade e a Cooperativa do Aramã e Mapuá, organizar e estruturar a comercialização do açaí a fim de que se consiga maior escala de produção e com isso acessar melhores mercados que possam estabelecer uma relação equilibrada e justa com os agroextrativistas”, explica.

O manejo de açaizais tem o objetivo de aumentar a população de açaizeiros que ocorrem naturalmente na floresta de várzea. De acordo com estudos da Embrapa, isso é possível por meio de ações de manejo: limpeza da área (roçagem da vegetação de menor porte e eliminação de parte das árvores maiores); desbastes dos perfilhos, ou estipes, das touceiras de baixo vigor vegetativo; preparo, ou aquisição, e plantio de mudas de açaizeiros, frutíferas e florestais; manutenção do açaizal. Com a técnica de manejo, a produtividade do açaizeiro pode dobrar de 4,2 t/ha para 8,4 t/ha de frutos.

O curso teve duração de 3 dias em cada um dos polos: Bom Jesus, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Aramã. Durante o curso, foram abordadas técnicas de inventário para o estudo de diversidade da área do açaizal; seleção de espécies para desbaste; e a importância de polinizadores na cadeia do açaí. “Foi um curso muito completo e prático em que os comunitários aprenderam fazendo, implantando a metodologia.  O curso teve um impacto positivo muito grande no olhar dos comunitários. Eles gostaram muito do treinamento”, comenta Carolina.

Participantes do curso em campo.

A atividade foi um momento de imersão da própria equipe do IFT na atividade do açaí. “Foi muito importante para mim como profissional, já que me trouxe novos conhecimentos. O curso foi muito esperado pelos comunitários, principalmente devido ao imenso potencial do território. De aprendizado, fica a mensagem que é de fundamental importante sabermos as potencialidades das comunidades para trabalharmos temas que eles tenham interesse”, destaca João Adriano Lima, técnico florestal do IFT.

O curso tem impacto direto na vida dos moradores da Resex. No território do Marajó, para que os produtores tenham cesso ao crédito rural para fomento da atividade do açaí, é necessária a realização de treinamento em boas práticas de manejo de açaizal. Os que concluíram o curso já cumprem esse requisito.

Próximos passos

As próximas ações do projeto que visam estabelecer a cadeia do Açaí na Resex preveem forte investimento na estruturação da comercialização e fortalecimento das organizações locais. “Também serão desenvolvidos treinamentos em boas práticas de coleta de açaí e sobre certificação da produção agroextrativista”, completa Ana Carolina.

1Comentário
  • JESSÉ MONTEIRO PEREIRA
    Publicado em 19:12h, 15 janeiro Responder

    GOSTARIA DE FAZER ESSE CURSO

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